WhatsApp: Ferramenta pessoal ou profissional?
- HUB CONNECTION RH
- 2 de jul. de 2024
- 3 min de leitura
A ambiguidade do app tem dado margem a uma infinidade de confusões no mundo corporativo, usar o WhatsApp para fins profissionais torna a comunicação muito mais fácil e rápida, mas é preciso ter cuidado para não exceder certos limites e, assim, arranhar a sua reputação.

Afinal, WhatsApp: uma ferramenta pessoal ou profissional? O maior desafio está em usar a mesma ferramenta para finalidades diferentes, alternadamente: pode ser que, logo após mandar uma piada debochada para um amigo, você precise enviar uma resposta formal à solicitação de um cliente. Tudo em poucos segundos, usando o mesmo aplicativo.
Também é preciso considerar a extrema facilidade com que se manda um recado pelo app — o que leva muita gente a dizer coisas sem pensar — e o falso distanciamento trazido pela tecnologia, que mascara o peso de certas falas e atitudes.
Vaja alguns deslizes envolvendo o WhatsApp que podem comprometer a sua reputação profissional:
1. Mandar mensagens fora do horário do expediente
Nenhum empregador gosta que seu funcionário atrase suas tarefas por passar muito tempo conversando no WhatsApp sobre assuntos pessoais. O contrário também deve valer: não é permitido assediar a equipe com cobranças via app no seu período de descanso. “É claro que há exceções, sobretudo se for algo muito esporádico e o assunto for realmente urgente". Mas a facilidade para enviar mensagens não autoriza invasões.
Segundo alguns advogados trabalhistas, mandar mensagens fora do expediente não é apenas uma gafe: a prática pode até render processos trabalhistas por horas extras não remuneradas. Alguns chefes esquecem que o WhatsApp deixa registros, que podem ser usados como provas perante a Justiça.
2. Trocar o “olho no olho” por balões de texto
Esta mesma orientação vale para WhatsApp, e-mail ou qualquer outra ferramenta online: não abandone as interações presenciais em nome da (inegável) praticidade de se enviar mensagens por escrito.
Isso se aplica especialmente a conversas importantes, como feedbacks para a equipe ou negociações delicadas com clientes e fornecedores. De acordo com Araújo, o aplicativo funciona muito bem para recados rápidos e simples. Só assim você terá recursos como tom de voz e linguagem corporal para aprofundar a conversa e evitar mal-entendidos.
3. Mandar piadas, frases de autoajuda ou “desabafos” sobre política
Antes de enviar um conteúdo engraçado para colegas, chefes e subordinados pergunte a si mesmo se você compartilharia aquilo com eles presencialmente. Dependendo do tipo de humor, piadas podem soar inadequadas e até ofensivas. Correntes, frases "inspiradoras" e comentários inflamados sobre política também podem causar irritação.
Mensagens descontraídas ou alheias ao trabalho não são proibidas — mas é preciso avaliar se você realmente tem intimidade com o destinatário antes de apertar o botão “enviar”. “A mesma etiqueta que você tem presencialmente vale para o WhatsApp”, resume Bittioli. “No escritório você às vezes quebra o gelo, mas respeita um certo limite”.
4. Usar uma foto de perfil inadequada
A maioria das pessoas sabe que não deve usar uma foto pessoal tirada na praia como avatar no LinkedIn. Se você se comunica por WhatsApp com outros profissionais ou clientes, não se esqueça de que o mesmo vale para o seu perfil no aplicativo.
Não precisa ser uma foto tão séria quanto a do LinkedIn: basta uma imagem neutra. Para preservar sua privacidade e evitar constrangimentos, também é bom evitar fotos em trajes sensuais ou com bebidas alcoólicas em demasia.
5. Errar a mão nas figurinhas
Um dos recursos mais populares do WhatsApp hoje é o imenso acervo de figurinhas, carinhas e ícones divertidos que você pode adicionar às suas mensagens. Os “emoticons” são aceitáveis numa interação profissional, mas é melhor usá-los com parcimônia — até porque, em alguns casos, o tom da conversa exige sobriedade.
Se for usar, fique apenas com os ‘emojis’ mais básicos e universais. De qualquer modo, evite mandá-los com muita frequência ou em grande quantidade.
6. Tropeçar no português
A redação de um e-mail costuma exigir mais tempo e concentração do que a produção de uma mensagem de WhatsApp. Essa rapidez faz com que muitos usuários a cometam erros de gramática e ortografia na comunicação pelo aplicativo, o que pode comprometer a sua imagem profissional.
A ferramenta de autocorreção pode parecer salvadora nesses momentos, mas também pode virar um problema. A palavra original pode ser substituída automaticamente por outra muito diferente, e gerar constrangimento dependendo da troca. A regra é a mesma que vale para e-mails: revisar atentamente todo e qualquer texto antes de enviá-lo.